Variações hormonais impactam diretamente no funcionamento do organismo da mulher
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Polyana Costa Ferreira explica que a reposição hormonal melhora os sintomas
Algumas mulheres manifestam sintomas da perimenopausa a partir dos 40 anos, principalmente, e a menopausa nas brasileiras ocorre por volta dos 48 anos. De acordo com Polyana Costa Ferreira, ginecologista e obstetra cooperada da Unimed Uberaba, é possível fazer o diagnóstico por meio da ausência de menstruação, ao longo de um ano, sem uso de anticoncepcionais, e por exame laboratorial. “Se ela ainda usa a pílula, é preciso fazer exames seriados para chegar à conclusão e ter a segurança de suspender a utilização do contraceptivo”.
Os principais sintomas da peri e da menopausa são os vasomotores, ondas de calor que aparecem geralmente à noite, e, segundo a médica, podem também surgir sintomas urogenitais, ou seja, ressecamento vaginal e dor na relação sexual, que ocorrem devido à falta do estrogênio local, responsável pela lubrificação natural.
Muitos desconhecem, mas durante o período da peri e da menopausa, a mulher também pode ter sintomas psicológicos, como piora de depressão que porventura ela já tenha manifestado, irritabilidade, falta de concentração, queda de produtividade. Também a labilidade emocional: um estado caracterizado por mudanças frequentes e intensas no humor, com reações emocionais desproporcionais a estímulos externos ou internos. Ela conta que outro sintoma é a insônia.
Os principais fatores para a manifestação da menopausa mais cedo têm relação com a genética, como explica a ginecologista, além do estresse que a mulher sofre no dia a dia. O alerta da especialista é de que a menopausa mais precoce pode, futuramente, aumentar o risco de doenças cardiovasculares, além da diminuição da densidade mineral óssea, que abrem portas para a osteopenia, osteoporose e doenças mentais.
No período de transição entre a peri e a menopausa, a médica destaca que às vezes a mulher tem uma queda na autoestima e facilidade para ganho de peso. “Pode desencadear todo o tipo de mal-estar”. É sabido que a reposição hormonal melhora, principalmente, os sintomas vasomotores e urogenitais. A especialista acrescenta que a medida também pode melhorar a libido sexual, que tende a diminuir durante todo o processo. Entretanto, a reposição hormonal não é indicada para todas as mulheres.
Polyana observa que existem critérios para a indicação, que incluem a presença dos sintomas citados. Mas, antes é feita avaliação de contraindicações absolutas e relativas, como história de câncer de mama, endométrio ou doenças cardiovasculares, além de sangramentos vaginais não esclarecidos. Antes de iniciar a terapia hormonal, a médica explica que exames devem ser solicitados para excluir contraindicação e auxiliar na decisão da melhor via para a reposição hormonal.
Esclarece que a via da administração da reposição hormonal influencia diretamente nos efeitos que o estrogênio pode causar no aparelho cardiovascular. "Toda essa avaliação, que inclui exame físico detalhado, anamnese e os exames complementares, é que ajudará a escolher a melhor forma da reposição hormonal".
Entre os exames necessários, segundo a especialista, estão a mamografia, disponível na Clínica de Imagem, para rastrear o câncer de mama, e os exames laboratoriais nas unidades do Laboratório Unimed, para avaliar se, de fato, a mulher está na menopausa.