terça-feira, 6 de maio de 2025

Autismo - Conhecimento melhora convivência


 Para quem tem o transtorno a mudança de rotina causa grande impacto

 


                                                      Foto AssCom Unimed



Dra. Christiane Borges assegura que diferenciar entre crise e birra é fundamental para pais educarem e terceiros entenderem

 



Quem tem autismo geralmente não modula contato visual, devido ao fato de não conseguir olhar nos olhos do outro. É o que afirma a Dra. Christiane Renata Borges Margato, neurologista cooperada e responsável técnica pela Imaginamente Clínicas Integradas da Unimed Uberaba. Ela diz que as pessoas com autismo têm grande dificuldade sensorial. “A interpretação de todos os sentidos é impactada de forma diferente”. O som, de acordo com a médica, é interpretado pelo cérebro de forma mais intensa, assim como a luz.

Os três principais pilares são: Comunicação, Interação Social e Sensorial. É difícil para a criança estabelecer uma comunicação e interação, porque ela opta por fazer as atividades sozinha. No contexto adulto, a pessoa tem dificuldade no trabalho, para fazer amigos, para se relacionar a dois, namorar, casar. A neurologista destaca que há autistas que criam o que chamam de rigidez cognitiva, ou seja, gostam das mesmas coisas, surgindo o hiperfoco. Se a criança fica nervosa, começa a girar, porque com o movimento repetitivo, ela tem a sensação de que o mal-estar e ansiedade diminuem permitindo que ela se reorganize.


A neurologista lembra que o autista não aceita mudança de rotina e quando ocorre há muito impacto. A criança chora, bate a cabeça e quando as pessoas tentam contê-la, piora a situação. A especialista explica que não se trata de surto psicótico e, neste momento, é preciso proteger o ambiente, ou seja, tirar coisas que podem machucar a pessoa, mas não a segurar. É importante observar qual a parte sensorial que está incomodando e tentar acalmá-la. Em momentos assim, outras pessoas não compreendem e confundem com birra, mas não. “As pessoas precisam compreender que criança autista também é criança e pode ter episódios de birra, mas nem todo choro tem a ver com autismo”. 

Às vezes, por não conseguir fazer o controle, a médica lembra que a criança grita. Observa que quando a criança pede um brinquedo, não ganha e chora, não é crise de autismo. “Apenas está tentando conseguir o que quer”. Se surge um barulho e a criança, com ou sem estímulo, chora, pode ser autismo. Fazer essa diferenciação, segundo a neurologista, é fundamental para que os pais saibam educar: quando devem repreender ou acolher.                                        

 
Ao constatar o motivo, os pais devem conversar em casa, explicar que o comportamento não é correto. Se não tiver um estímulo, é preciso respeitá-la. É claro que a empatia das outras pessoas é imprescindível, por exemplo quando veem uma criança gritando em um supermercado. “Podem pensar que é birra, mas às vezes não é”. A neurologista diz que é importante entender e tentar ajudar os pais, sempre que possível, e os pais, por sua vez, não esconderem a condição do filho. Ela comenta que a 
doença é extremamente prevalente, devido aos gens, que são comuns na sociedade. “A tendência é aumento progressivo nos casos no mundo, pois é uma doença genética e muitas pessoas têm o gen”.



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