quinta-feira, 13 de junho de 2024

Peça “Meu corpo está aqui” valoriza PCDs

O espetáculo busca desconstruir estigmas a partir de uma perspectiva de quem tem legitimidade

Partindo das experiências pessoais de atrizes e atores PCDs (pessoas com deficiência), a peça “Meu corpo está aqui” chega a Uberlândia para única apresentação no dia 5 de julho, sexta-feira, a partir das 20h no Teatro Municipal. O que esperar de uma peça de teatro encenada por pessoas com deficiência? Talvez, de imediato, imaginamos histórias tristes. Mas será que a vida de alguém deve ser resumida em limitações? A peça "Meu corpo está aqui" propõe novas representações a partir de narrativas próprias e rompe qualquer ideia antecipada sobre alguém com nanismo ou, por exemplo, com alguma deficiência cerebral.

O espetáculo traz um jogo entre as pulsões e os obstáculos encontrados por eles em suas descobertas afetivas e sexuais. Em cena, o elenco fala abertamente sobre relacionamentos, corpos e desejos por meio de depoimentos ficcionalizados pelas artistas cariocas Julia Spadaccini, idealizadora do projeto e também pessoa com deficiência, e Clara Kutner.

Um tema original e inédito nos palcos, questionando com ironia e lirismo concepções culturais e históricas a respeito do que é considerado “normal”, o espetáculo celebra estes corpos invisibilizados socialmente e aprofunda as reflexões sobre suas subjetividades. No elenco, Bruno Ramos é surdo não oralizado, Haonê Thinar é pessoa amputada, Juliana Caldas tem nanismo e Pedro Fernandes tem paralisia cerebral com cognitivo preservado e usa cadeira de rodas.

“Meu Corpo Está Aqui” incorpora elementos de ficção para envolver o público de uma forma reflexiva. Ele destaca as semelhanças que todos compartilhamos, que muitas vezes são obscurecidas pela ignorância e pelo preconceito. Pessoas com deficiência vivem vidas plenas, e esta peça desafia a noção de que precisam ocultar suas histórias, desejos e experiências.

SERVIÇO:

Peça: Meu corpo está aqui
Quando: 5 de julho de 2024
Horário: Sexta-feira às 20h
Local: Teatro Municipal de Uberlândia – Av. Rondon Pacheco, 7070
Vendas antecipadas:
- Site Megabilheteria.com (24 horas e com taxa se conveniência) https://megabilheteria.com/evento?id=20240213153642
- Loja Inclusive Brechó, na Av. Cesário Alvim, 396 – Centro (aberta das 9h às 18h, de segunda a sexta e das 9h às 14h aos sábados - estacionamento conveniado ao lado)
- Sala Uberlândia na Rota das Culturas, Uberlândia Shopping - Av. Paulo Gracindo, 15, segundo piso, próximo ao Café do Ponto.
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60 minutos
Gênero: Drama

Ficha técnica
Texto: Julia Spadaccini e Clara Kutner
Direção: Clara Kutner e Julia Spadaccini
Elenco: Bruno Ramos, Haonê Thinar, Juliana Caldas e Pedro Fernandes
Direção de Produção e Coordenação Geral do Projeto: Claudia Marques
Diretor Assistente: Michel Blois
Produção: Fabricio Polido
Pesquisa de dramaturgia: Marcia Brasil
Colaboração de texto: Bruno Ramos, Haonê Thinar, Juliana Caldas e Pedro Fernandes
Figurino e Cenografia: Beli Araujo
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Direção de Movimento: Laura Samy
Música: Luciano Camara
Visagismo: Cora Marinho
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Felipe Braga
Fotografia: Renato Mangolin
Redes Sociais: Rafael Teixeira
Audiodescrição: Graciela Pozzobom
Intérpretes de Libras: Jadson Abraão e Thamires • Alves Ferreira
Realização: Fábrica de Eventos
Produção local: Uberlândia na Rota das Culturas – Carlos Guimarães e Maíra Pelizer
Assessoria de imprensa local: Cristiane Guimarães

terça-feira, 11 de junho de 2024

Perca ou Perda? Qual é o certo?





Já ouvimos muitas vezes alguém dizer: "Vou preferir passar férias no campo porque tem MENAS gente." Doem os ouvidos, sim, mas quem não tem obrigação de falar corretamente tem perdão. Difícil mesmo é ver quem trabalha com a língua portuguesa o tempo todo, como jornalistas, apresentadores, apresentadorees, narradores, radialistas, enfim, estendendo até para os políticos, que já aquecem os tambores para a campanha eleitoral deste ano, cometerem gafes.

Quem quer falar para e em público precisa ter esta preocupação, este cuidado, eu diria. A fala pode ser assertiva, profunda, criativa, mas se tropeçar uma vez no uso correto do português, o erro é que será lembrado. Ele, na maioria das vezes, vira o destaque, negativo, é claro.

Perca e perda são duas palavras da língua portuguesa e estão corretas, entretanto, é preciso cuidado ao utilizá-las, porque apesar de parecidas, têm significados diferentes. Muitas pessoas confundem e na hora de responder como foi a noite no bar dizem que a PERCA foi grande, por exemplo.

Esclarecendo: PERDA é substantivo associado à falta de algo. Ex.- A pessoa não se conforma com a perda da sua carteira. Já PERCA é a flexão do verbo perder. Ex.- Esta demora fará com que eu perca o voo.

É claro que falar português corretamente dá trabalho. Sim, muito trabalho, porque a nossa língua é cheia de armadilhas. Por isso, demanda muito estudo, dedicação e, sobretudo, leitura de bons materiais. Não vale dizer que lê muito o que está nas redes sociais, como já vi resposta semelhante. Não há dúvida que existem bons redatores presentes nas redes sociais, mas a maioria opta inclusive por resumir as palavras abreviando-as às vezes até de forma incompreensível.

A minha principal dica é: leia, leia muito! Indico três autores: Luís Vaz de Camões (um dos maiores poetas da literatura internacional que escreve em português), Machado de Assis e Guimarães Rosa. Qualquer livro deles é uma obra-prima. A leitura nos transporta para um lugar mágico, além de aumentar o nosso vocabulário e nos tornar mais preparados para compreender, escrever e falar. Tudo começa com uma boa leitura.