Fotos Rose Dutra
Apresentação de grupos de catira de quatro Estados do país no último dia 21, no Cine Teatro Municipal Vera Cruz, durante cerimônia de lançamento do livro e do DVD, encerrou o projeto "Catira-Uma Tradição de 450 Anos", realizado pela Fundação Cultural de Uberaba, com patrocínio da Vale e apoio da Universidade de Uberaba (Uniube) e da Associação Cultural Casa do Folclore. Convidados pelo mestre de cerimônias da noite,
Alexandre Guti Saad, compuseram a mesa, o idealizador do projeto, Gilberto Rezende, Nilo Peixoto Lucchesi Filho, gerente industrial da Vale, patrocinadora do evento, esta jornalista, que apoiou a divulgação do evento e naquele ato representou a Uniube, e Lisete Resende, que assina a coordenação, e naquela solenidade representando a Fundação Cultural.
Durante o encontro, que superlotou o teatro, o público assistiu a coreografias de grupos de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e São Paulo. O livro e o DVD apresentam o resultado do projeto e divulga a catira, contribuindo para a manutenção e a valorização da tradição. Os exemplares serão distribuídos a museus, bibliotecas, escolas, entidades culturais.
Além de Nilo Peixoto Lucchesi Filho, gerente industrial da Vale de Uberaba, receberam o livro e o DVD das mãos de Lisete Rezende, esta jornalista e blogger representando a Uniube; Guido Bilharinho, advogado, escritor, editor da revista internacional de poesia Dimensão, autor de livros de literatura, cinema e história regional, e autor do Prefácio; Eliane Mendonça Marquez de Rezende, historiadora, escritora, autora de vários livros, que orientou e prestou colaboração ao livro; a Convidamos Fabiana Silbor, jornalista e professora, colaboradora do projeto; Dudu Assis, que assina o designer, a diagramação e layout final do trabalho; Suzy Mary de Almeida Leandro responsável pela revisão geral dos textos do livro. Também foram convidados ao palco o artista plástico Paulo Miranda, que assina a capa, e Lisete Resende, responsável pela coordenação geral do projeto.
Gilberto Rezende destaca que o livro é uma verdadeira enciclopédia sobre a história da catira iniciada há 450 anos, contando o que é, quem e onde se dança esta bela e brasileiríssima manifestação cultural. Segundo ele, o documentário em DVD com entrevista dos catireiros, enriquece o trabalho. Rezende agradece a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que esta pesquisa possa ser hoje uma referência nacional. “A todos, inclusive aos amigos da imprensa, o meu muito obrigado! Sonho sonhado, sonho realizado.”
Guti Saad foi o mestre de cerimônias do grande encontro
Apresentações na noite especial
Grupo Revelação, de Uberaba
Composto por seis catireiros e dois violeiros: Negrinho e Vinícius Teles, e foi formado há pouco mais de dois anos. No ano de 2013, com apenas um ano de formação, o Grupo foi o grande campeão no 2º Festival Nacional de Catira de 2013. Os irmãos Teles são filhos de Manoel Teles, violeiro e compositor bastante conhecido na região, e que foi professor de Catira na Fundação Cultural de Uberaba. Os irmãos começaram cedo a acompanhar o pai na viola e na catira, e hoje transmitem seus conhecimentos para seu novo grupo.
Grupo Botas de Ouro - Guarulhos, São Paulo
Coordenado pelo Dorival, com o apoio do Rivaldo, e da dupla de violeiros “Florestal e Tião Ramalho”, o Grupo foi eleito o campeão do estado de São Paulo. Durante o 2º Festival Nacional de Catira. Dorival herdou o Catira, que aprendeu com Dito Horácio dos Santos, e formou seu grupo do qual muito se orgulha, desde 2008.
Grupo Catireiros do Araguaia, de Barra do Garças, Mato Grosso
Orlando e Joana estão há 54 anos juntos, e se dedicando à Catira. Seu grupo é formado por quatro gerações com filhos, netos e até os bisnetos. Uma vida de ritmos e músicas compostas por Joana, de grandes parceiros de cantorias como Almir Sater, e de apresentações em todo o país, como no programa da Fátima Bernardes, quando o Grupo levou as quatro gerações para o palco. Durante a filmagem desse documentário, o filho, Miro, disse: “Quem sabe um dia a gente não tá lá em Uberaba levando a catira e nossa tradição pra mostrar pro pessoal lá na festa.” E graças ao amor pela cultura, esse momento aconteceu.
Grupo Os Considerados, de Silvania
Léo Vitor é o coordenador do Grupo e herdeiro da Catira do seu avô, Sebastião Vitor, e de seu pai Durval Vitor, que tinha um grupo de Folia de Reis, onde é comum, ao fim da cerimônia de Reis, ocorrer a apresentação de Catira. Léo aprendeu catira tradicional, mas foi inovando com a inserção de pessoas mais jovens, e de ritmos diferentes. O grupo tem quase 14 anos de formação e já constituiu mais outros dois grupos: As Consideradas, só de moças, e Sangue Novo, de catireiros mirins.
Grupo Raízes, de Uberaba
O Grupo começou no ano de 1999 por incentivo de Manoel Teles, e encontrou em André Medeiros, coordenador do grupo, um campo fértil para sua continuidade. Persistindo com seus companheiros, André comemora 15 anos do grupo com uma grande vitória: o troféu de melhor grupo do Estado de Minas no 2º Festival Nacional de Catira de Uberaba. Apresentando um recortado bem mineiro, é possível ver as características da região no ritmo e palmeado do grupo.
Grupo de Catira Orgulho Caipira, de Itaguari, Goiás
O grupo foi formado por Daniel Flores há 10 anos. A inspiração para criar o grupo veio de sua experiência de acompanhar o Grupo Irmãos Oliveiras, de Itaguari. E percebendo que sua filha Danielle, que hoje é uma das integrantes, gostava de Catira, decidiu criar um grupo feminino. Dando continuidade a um grupo inativo da cidade, Daniel convidou novas integrantes e investiu no talento das meninas. Um investimento cultural que valeu a pena pois hoje as meninas são sucesso onde se apresentam.
Grupo Espora de Prata, de Barretos (SP)
Esse grupo é coordenado por Francisco Santana, que vem mantendo uma longa tradição iniciada por seu avô, seguida por seu pai, e que ele, por sua vez, passou a seus sobrinhos. O Espora de Prata já foi por diversas vezes, a grande atração na abertura da Festa do Peão em Barretos, e outros diversos eventos da região. Francisco é o criador das coreografias, que hoje somam mais de 48 evoluções diferentes.
Catira dos Borges, de Uberaba
Falar em Catira em Uberaba é lembrar-se da família dos Borges, que vêm dando continuidade e sustentação a essa tradição por mais de meio século. Romeu Borges desde os oito anos participa da manifestação cultural. Há alguns anos recebeu um grande desafio de fazer um dueto com a bailarina clássica Ana Botafogo, para o programa da Rede Globo. Foi uma oportunidade de divulgar a Catira da região.
Grupo Os Filhos de Aparecida
Nilmari Siqueira, coordenadora determinada e persistente da cidade de Aparecida, comanda esse Grupo, e outro grupo feminino “As Filhas de Aparecida”, ao lado do violeiro do grupo, o Campo Grande, e seu parceiro o Boiadeiro. Por sua iniciativa a cidade de Aparecida, tem uma Associação de Catira, e o projeto Catira na Escola, visando a preservar essa tradição. O Grupo tem trajetória de 14 anos, e foi campeão nacional no Festival Nacional de Catira de Uberaba, em 2010.