sábado, 1 de outubro de 2011

Oswaldo Montenegro embala Domingo no Campus

Bandolins, Intuição, Por Brilho, A Lista, Lua e FlorEstrelas, além de Metade, e muitas outras lindas canções estão no setlist do show que Oswaldo Montenegro fará amanhã (2 de outubro de 2011), no Campus Aeroporto da Uniube, às 11h, com entrada franca. Durante a entrevista que fiz com ele hoje, pude perceber um Oswaldo Montenegro bacana, gente boa, gentil e sem qualquer afetação, muito menos a excentricidade como às vezes é retratado por parte da mídia. "Vivi a minha vida inteira sem pensar. Vou fazendo", disse a respeito da carreira de três décadas de sucesso ininterrupto e agora, em fase excepcional, já que coincidiram os lançamentos do filme Léo e Bia; da peça Filhos do Brasil; do programa no Canal Brasil com Jorge Mautner e o lancamento do CD De Passagem com canções inéditas. Os quatro projetos são elogiadíssimos pela crítica e com retumbante sucesso de público. No lançamento de Léo e Bia, por exemplo, os ingressos se esgotaram em sete minutos. "Coincidiu que as quatro áreas estão preenchidas, a TV, o teatro, o cinema e o disco. É bom", disse, confessando que jamais esperou tanto sucesso do filme Léo e Bia, já que está pela primeira vez nesta seara, mas argumentou que se cercou de uma equipe extremamente competente e de um elenco da pesada e mesmo assim não esperava tanta repercussão. "Está sendo um susto bom", disse, sorrindo. Contou também sobre o concurso de clipes que lançou para premiar os dois melhores clipes para sua nova música "Eu quero ser feliz agora", com R$ 30 mil, além da  divulgação deles no Canal Brasil, TV Gazeta, no DVD dele, enfim, para dar visibilidade e premiar pessoas com ânsia criativa e com a tecnologia na mão. Informações detalhadas estão disponíveis no site oswaldomontenegro.com.br/concurso. São aceitos clipes gravados inclusive pelo telefone celular. Observa que a tecnologia permite uma interação como nunca houve e isso precisa ser usado pra valer. Cada um ouve a música do seu jeito, com esse concurso ele pode se expressar de forma visual.
Oswaldo revela que escolheu essa música, que é a primeira faixa de seu novo disco, porque ela tem um conteúdo de sair da mesmice, fugir do rebanho, que é o que mais  interessa a ele atualmente. Ela tem essa coisa quase que obsessiva de dizer que se você não fizer algo sua vida vai ser chata. "Depende de você botar para quebrar".  O cantor comenta que vive-se um tempo em que vários mitos que orientavam a cabeça das pessoas para que fossem saudáveis não estão mais acessíveis. Eles meio que desapareceram. Exemplifica a noite e o dia. Eram orientações para que houvesse equilíbrio, mas hoje entra-se em um shopping e não existe mais noite nem dia. Quando a pessoa plantava feijão não era preciso aprender teoricamente que tudo tem o seu tempo. Ali a pessoa sentia que tudo tem o seu tempo. Uma criança com 13 anos tinha um ritual para passar para os 14, queria usar calça comprida. Atualmente a criança com dez anos, ao mesmo tempo que é criança entra na internet e vê coisas de adulto. "Estamos num tempo em que os signos estão diluídos e isso gera uma depressão nas pessoas". Ao mesmo tempo, cita que a sociedade humana, para garantir seu bom funcionamento, de certa maneira amordaça as pessoas, como se existisse uma proposta: você fica quietinho e segue o rebanho e em compensação você ganhará segurança. "Segurança não existe, a proposta é falsa,  uma abstração". Ressalta que existem  segurança e bom senso para construir uma ponte, para operar um apêndice, mas não para decidir o que vai dar emoção na vida das pessoas. "A música Eu quero ser feliz agora propõe uma rebeldia consciente de que se você não atropelar ninguém tem o direito de viver como quiser". 
Para Oswaldo Montenegro, é  um erro qualquer avaliação negativa que se faça da inteligência das pessoas. "Não é preciso fazer uma coisa burra para que as pessoas  te entendam". Ele não subestima o público e nunca pensou. Passou a vida inteira sem raciocinar. Vai fazendo e as coisas vão entrando às vezes num veículo de massa, às vezes não. Mas hoje a internet, as rádios comunitárias e as TVs a cabo, segundo ele, vão mudar o atual conceito de comunicação de massa. Entende que existe uma possibilidade muito grande de divulgação e uma divulgação democrática, não mais  boca a boca mas site a site. "As músicas mais pedidas nos meus shows, Metade e A Lista, nunca toquei em rádio e TV. Elas não são da comunicação de massa, mas são da comunicação de massa via internet.
Metade ele escreveu quando saiu de Brasília e tentava no Rio de Janeiro, pela primeira vez, a vida artística. Ele já tocava com a flautista Madalena Salles - que estará com ele no palco da Uniube amanhã -, que era muito tímida e se expressava só atrás da flauta. "Aquela frase: Que o seu silêncio me fale cada vez mais foi para Madalena. Naquela época ele queria muito ser artista, mas já não utilizava o pensamento racional de como iria ser.
A diversificação de ritmos no Brasil, na visão do Menestrel, é muito positiva. Ele acha que quanto mais diversificado melhor. Cita que a cultura brasileira é linda por isso. Oswaldo sabe que ainda tem muito a realizar, mas continuará fazendo sem pensamento lógico da coisa. Achou sensacional o convite para tocar em uma universidade. Politicamente falando ele acha que o Brasil  vai dar certo de qualquer maneira porque sociologicamente é um país abençoado, bem como geograficamente. Diz que a sociologia no país impede o nazismo, impede o muçulmano fanático. "Somos todos mulatos. Enquanto misturar Xangô com Cristo estamos salvos. Não tem erro", finaliza.  Agora é esperar mais algumas horas para vê-lo no palco interpretando seus inesquecíveis hinos. Até lá!    

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