Inspirada na lendária figura “Não se Pode” – que saía todas as madrugadas pelas ruas de Teresina, capital do Piauí, em uma época em que as mulheres não saíam sozinhas – Alessandra Cunha criou a mostra Vultos do Não se Pode, composta de nove ilustrações feitas em serigrafia, com abertura marcada para o dia 11 de junho, às 19h, na Galeria de Arte do Centro de Cultura José Maria Barra/Sesiminas, em Uberaba. A partir do dia 12 estará aberta à visitação pública das 9h às 21h até o dia 13 de julho.
Em uma viagem a trabalho, a artista conheceu a
personagem, muito presente no imaginário popular da capital do Piauí. Conta a
lenda que quando via um homem na calçada, “Não se Pode”, como ficou conhecida,
pedia-lhe um cigarro e acendia se esticando para alcançar o fogo do poste de
iluminação pública. E se o homem tentasse conversar, a dama saía correndo e
gritando: “Não se pode! Não se pode!”
“O carinho que todos têm por esta dama me comoveu e
despertou uma curiosidade sobre como teria vivido esta mulher, que tinha a
mesma idade que tenho agora, mas em um período de domínio machista. E se fosse
eu, suportaria um ou vários ‘não se pode’? O que uma mulher com idade entre 30
e 40 anos não pode fazer? O que uma mulher não pode fazer durante toda a
vida?”, indaga a artista.
A história ganhou um toque contemporâneo nas
ilustrações de Alessandra. O resultado final é uma mistura de fotografias e edifícios da cidade de Ouro Preto (MG), com camadas de tinta acrílica, criando texturas e contrastes.
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