Lucas Pessôa assume como novo diretor-presidente ao lado de Paula Azevedo, como diretora vice-presidente, e Julieta González como diretora artística
A partir de janeiro de 2022, o Instituto Inhotim terá uma nova diretoria executiva e artística. Lucas Pessôa assume a função de diretor-presidente, Paula Azevedo será diretora vice-presidente e Julieta González estará à frente da direção artística do museu.
O objetivo principal da nova diretoria é a ampliação do contato da instituição com a sociedade civil, tornando o Instituto mais aberto e permeável, e também a inclusão de outras formas de conhecimento e saberes em sua programação. A perspectiva ecológica na sua dimensão mais ampla ocupará um lugar central no programa artístico e educativo, que terão como objetivo fomentar a singularização da experiência e o pensamento crítico a partir do espaço da arte.
A mudança surge do desejo do Inhotim - que acaba de completar 15 anos - de institucionalizar a gestão e projetar seu futuro de forma ainda mais sólida e sustentável, ampliando o diálogo com os mais diversos públicos e construindo bases para sua perenidade.
Antonio Grassi ocupa o cargo de diretor-presidente até dezembro de 2021 e partir de janeiro de 2022, baseado em Lisboa, passa a atuar como consultor internacional para o Instituto. Em sua passagem pelo Inhotim, Grassi ampliou a programação cultural, trazendo grandes nomes da música, do teatro e da dança para dialogarem com arte, botânica e arquitetura. A exemplo do Inhotim em Cena, projeto idealizado por ele com objetivo de fomentar a produção artística brasileira.
DIREÇÃO EXECUTIVA
O fortalecimento das bases institucionais, a ampliação do programa e a implementação de uma governança alinhada às melhores práticas de instituições museológicas globais, devem conduzir a gestão de Lucas Pessôa, que conta em sua trajetória profissional com passagens no corpo diretivo de instituições como MASP e Oficina Brennand.
"Inhotim é uma instituição muito prestigiosa e possui uma das coleções de arte contemporânea mais importantes do mundo, inserida num contexto muito singular de integração com a natureza. Esse conjunto único faz de Inhotim uma caixa de ressonância extraordinária, tudo que é pensado e produzido na instituição reverbera enormemente, e devemos tomar proveito desse alcance para participar ativamente das discussões contemporâneas, fomentar o pensamento crítico e fortalecer as bases institucionais para que o museu assegure sua atuação no futuro em plena potência, explica Pessôa.
Com larga experiência na direção de instituições como MAM-SP, IAC e Instituto Tomie Ohtake, Paula Azevedo, nova diretora vice-presidente do Inhotim atuará principalmente nos processos de modernização da gestão, formação de um novo Conselho, no fortalecimento das relações institucionais, captação de recursos e implementação de um novo programa de patronato e amigos do Inhotim, ampliando assim o contato com o público e com os parceiros da instituição.
"Formar um Conselho plural e participativo e aproximar a sociedade civil do Instituto está entre as metas dessa nova gestão. Também desejo me debruçar em pautas ambientais a partir de uma visão integrada entre arte, cultura, ecossistema e sustentabilidade. Além de ser um museu de arte contemporânea, o Inhotim é também um Jardim Botânico, composto de mais de 4,5 mil espécies vindas de todos os continentes. Isso nos dá inúmeras possibilidades!", conta Paula.
DIREÇÃO ARTÍSTICA
Com mais de 25 anos de experiência na curadoria de instituições como Tate Modern, Museo Tamayo, MASP, Bronx Museum entre outras, a curadora e pesquisadora Julieta González deseja - para o futuro do Instituto - o desenvolvimento de um projeto curatorial que aproxime o Inhotim de artistas e instituições do Sul Global.
"Minha proposta inclui a ampliação do olhar do programa artístico, atento às mudanças discursivas do mundo contemporâneo", conta Gonzáles. Suas ideias visam, também, a dinamização da exibição do acervo do Instituto por meio de parcerias com instituições nacionais e internacionais, projetos curatoriais que aproximem o diálogo de Inhotim com uma pluralidade de pensamentos culturais e artísticos, e uma maior interface com a sociedade civil por meio de programas públicos.
INSTITUTO INHOTIM
Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, o Instituto Inhotim foi fundado por Bernardo Paz e expõe de forma permanente obras de renomados artistas nacionais e estrangeiros. A área de visitação compreende 140 hectares, onde o visitante é surpreendido com galerias e obras dispostas entre jardins e uma paisagem exuberante. O Museu já recebeu cerca de 3 milhões de pessoas, tornando-se um dos principais destinos turísticos e culturais do Brasil.
O Inhotim está situado na cidade mineira de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte. Sua abertura ao público, em 2006, inseriu Minas Gerais na cena da arte contemporânea mundial, impulsionando a economia local e a geração de emprego. Desde então, o Museu tem demonstrado seu forte compromisso com o desenvolvimento humano por meio do amplo acesso a seus acervos artístico e botânico.
Devido à sua extensão e localização privilegiada - entre os ricos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado - o Inhotim possibilita que artistas criem site specifics de forma única e inovadora, além de viabilizar a exibição permanente de obras de grande escala que normalmente não poderiam ser expostas em museus tradicionais. Tudo isso proporciona ao visitante uma experiência singular, que integra arte, natureza, cultura, arquitetura, entretenimento e educação.
O acervo do Inhotim é formado por pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações de cerca de 60 artistas, de 38 países diferentes. São 560 obras em exposição atualmente. Produzidos desde os anos 1960 até os dias atuais, os trabalhos estão dispostos ao ar livre no Jardim Botânico do Inhotim ou exibidos em galerias.
Sobre o novo corpo diretivo
Lucas Pessôa
Formado em direito pela PUC-SP com especialização em economia pela Universidade de Copenhague, Lucas Pessôa foi diretor geral da Oficina Brennand (2019 - 2021), responsável pela direção do museu e de sua programação cultural. Antes disso, Lucas foi diretor financeiro e de operações do MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (2014 - 2018), onde participou ativamente de um amplo processo de reorganização da instituição, e teve passagens pelo mercado financeiro, em empresas como Pátria Investimentos (2008-2013), Endurance Capital (2006-2008), entre outr as.
Paula Azevedo
Com larga experiência em gestão de coleções privadas e atuação em instituições, Paula foi diretora de relações institucionais e governança no Instituto Tomie Ohtake (2021) e agora migra para o conselho do museu. Antes disso, foi coordenadora do Núcleo Contemporâneo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, passando a integrar a diretoria da instituição até 2019, foi diretora do Instituto de Arte Contemporânea - IAC (2018 - 2021), onde segue como conselheira administrativa. Ainda foi embaixadora da Armory Fair, em Nova York, e é socia do projeto O Pequeno Colecionador, ao lado de Artur Lescher e Mariane Klettenhofer.
Julieta González
Curadora e pesquisadora, a Julieta González é uma figura central no aprofundamento internacional de conhecimento em torno da arte latino-americana e trabalha nas intersecções da Arte, Antropologia, Cibernética e Arquitetura, com especial ênfase nos últimos anos, nas estéticas decoloniais na arte de América Latina. Foi curadora de instituições como Tate Modern (Londres), MASP (São Paulo), Museo Tamayo (Cidade do México), Bronx Museum (Nova York), Jumex (Cidade do México) dentre outras. Organizou mais de sessenta exposições, incluindo a histórica Memorias del subdesarollo (Museum of Contemporary Art San Diego), para a iniciativa do Getty Pacific Standard Time, Latin America in LA. No seu último cargo, na Fundação Jumex (2015-2019), sua gestão buscou dar estrutura institucional, e concebeu e supervisionou o programa artístico geral do museu da fundação para criar um programa visando a produção do pensamento crítico a partir da arte contemporânea.
González estudou Arquitetura na Universidade Simón Bolívar, de Caracas, e na École d'Architecture Paris-Villemin, em Paris, tem mestrado em Estudos Culturais e Teoria Crítica pela Goldsmiths, Universidade de Londres, e foi Helena Rubinstein Fellow no Programa de Estudos Independentes do Whitney Museum.
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